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19 de nov. de 2014

ABRAÇO DE IRMÃO





Embrenha teus cabelos cor de prata
Na manhã raiada de madeixas negras
Embrenha o eco surdo por teu sorriso cor de anil
Na manhã fria de outono quente
Estende hoje a mão que ontem negaste
Chora sociedade macabra teu nefasto choro de iniquidades
Chama para dentro de si os renegados do banquete
Diz que não existem; que são visões, Ignora teus restos nus nas esquinas,
Renegue tuas meninas, diz que é ilusão.
Embrenha a luz por teus cabelos cor de prata
Na manhã raiada de madeixas negras
E ensurdeça-se com o eco que vem das ruas
Surdo e amordaçado dos esquecidos,
Daqueles que não chamaste irmão;
Que se quer passou pelos pensamentos seus
Os mendigos das consciências
Os renegados filhos de Deus.


SÉRGIO SOUZA

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