Plantei um pé de tempo no campo á beira do rio
Para colher frutos frescos de universalidade,
Mas colhi saudade, vento e solidão,
Descrença, vento e frio.
Plantei um pé de tempo no campo á beira do rio
Um campo verde e um rio misterioso,
Suave e verde azul como a cor incolor da água
De um tempo que sem tempo perdeu seu tempo.
Plantei um pé de tempo no campo á beira do rio
Colhi sonhos e desilusões, mas não perdi a esperança,
O jeito imperial de criança, meu jeito, seu jeito de ser,
De crescer como árvore imponente ao pé do barranco
Com a grandeza dos miseráveis e a miserabilidade dos nobres.
Plantei um pé de tempo no campo á beira do rio
Para esperar sob a sombra o amor que vem do verde azulado
das águas sem cor
Para usar suas folhas para curar tristeza e dor,
Plantei um pé de tempo para não me perder nos caprichos de
Cronos,
E ter com Apolo ou Diana na rede da eternidade esticada á
sombra da vontade,
Plantei um pé de tempo que murchou com o tempo e esqueceu-se
dos desvalidos
Que apodreceu seu tronco com o tempo dos dias que se foram
com a brisa;
Plantei um pé de tempo para ver você chegar com a saudade da
partida.
Plantei minha alma na espera do tempo na beira do rio para
atingir o céu
Plantei um pé de tempo e perdi o tempo quando me plantei
Na beira do rio ao pé do campo á sombra do tempo.
SÉRGIO SOUZA
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