Lua cheia,
Lua de prata,
Figura de lata,
Sonho que se completa
Alegria de poeta
Lua cheia,
Lua feita,
Poesia natural,
Beleza e virtude
Um instante de alegria
Uma poesia.
Vista por qual olho for
É sentinela
Formosura
Beleza e tristeza
Negação e certeza
Por todos os olhares
Prazeres e desilusão
Um sorriso, uma lágrima
É sempre um espetáculo
Puro de se ver
Mesmo sem saber
Ou compreender.
É amor
É solidão
É esquecimento da dor
E conjunta paixão
É serenidade
Lágrima de emoção
Emoção que transborda saudade
Na brancura resplandecente da escuridão
No fundo da saudade,
Nasce uma vontade
De buscar e guardar
A luz única na imensidão
Saudade pouca, ilusão recente
Posta na escuridão,
Lua, minha lua
Vontade tua, querência nossa,
Mistério da noite; busca inglória,
Mesmo perdendo é vitória!
Lua, lua vasta lua,
Se minha paixão não fosse tua
Seria uma rima mentirosa
Lua minha lua
Pequena na negrura do céu
Gigante a brancura do teu véu
Com todas as luzes sabor de mel
Vaga candeia
Navega por asfalto e areia
É no firmamento azul escurecido,
Uma só sombra
É sereia,
Vaga no horizonte do meu desejo
Um só ensejo que a distância guarda
Na singeleza parda que a noite emoldura
Num misto de sanidade e loucura.
Flutuante e luzidia
Abundante à penumbra da noite
E temerosa à luz dia
A distância é insuficiente
Para esconder tamanha beleza
Rainha reina
Reina seu reino longe
Reina sobre a areia
Sobre o mundo
Sobre tudo
Reina formosura n'horizonte
Único e solitário astro,
Cheia ou minguante, Lua
É senhora dos meus anseios,
Dos meus segredos que guardo
No profundo de teu seio.
Quero-te como quero da vida
O ar, a água, a lida,
Se o destino me permitisse um desatino
Iria te buscar para entregar como presente
A quem sofre de um momento ausente.
Lua, rainha da corte de estrelas,
Perdão e pecado
Chegada e partida
Quando cheia me visitas
Enche-me de vontade e rima
Para lembrar que depois vem o dia
E a saudade do ontem virou lembrança
Nas palavras de um verso, de uma poesia.
Lua cheia
Minha lua cheia
Vem com tua enchente que me devaneia
Dá-me teus versos de abrigo
As curas do coração
A divina contemplação
E a rima do amigo
Que inspiras na escuridão
Lua cheia
Nossa lua cheia
Inspira estes poetas
Que em ti deliram
E enche também nosso peito
Pois tantos te admiram
Mas poucos muito te contemplam
Lua nossa lua
Não és apenas do Vinicius
És de todos os poetas
O maior dos vícios
Luar no sertão de Guimarães
No sertão de Gonzaga
Por ser tão longe
É um tão difícil de ser minha,
Mas é nossa por direito
E se em ti não digo defeito
É porque também não o vejo
No meu ser tão distante
Querido e abundante, como a luz da Lua,
Lua minha, lua, Lua
nossa,
Da natureza bela troça,
Invejo o céu pelo Abraço
Admiro o mar que te reflete em desejo
Querendo ser tão céu,
Sou feliz como mar que te reflete,
És de todos, dama e meretriz.
GUI RODRIGUES
SÉRGIO SOUZA
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