Sou um menino que não
aprendeu a amar,
Por isso, vaga como
zumbi dos sentimentos,
Sou um menino que não
viveu
Passou e a vida não
viu,
Esperança de óculos,
Lembrança muda sem
nascer no coração,
Poeta sem destino,
perigoso artífice do nada
Senhor necessário das
solidões.
"Senhor eu não sei
rezar!"
Nem por mim, nem pelos
outros,
Choro uma lágrima fria,
desesperançada
Comprida..., cumprida a
sós como as pedras
Que rolam sós pelos
caminhos , perdidos...
Nas romarias das latas
cegas nas cabeças
Das Marias Madalenas
nas fontes dos desejos
Ensejos de rimas e
versos sem destinos-desatinos.
"Senhor eu não sei
rezar!"
As aparências enganam,
nas aparências
As poeiras nem sempre
são desérticas,
Porque o amor e o ódio
se irmanam na geleira,
Na neve das entranhas,
estranhas formas do nada
Nunca percebi o fogo do
outono brilhar no verão da primavera.
Mesmo tendo carregado
todo o mel do meu corpo,
Mesmo tendo perdido meu
tempo com você, solidão
Mesmo tendo, um dia,
lavado o chão com lágrimas,
Não tenho olhos para te
ver, amiga distância
Não consigo te abraçar,
amigo afastamento
Sou o longe do corpo,
do meu sonho, da fascinação.
"Senhor eu não sei
rezar!"
Não sei ser poeta,
poesia.
Não sei ser menino do
amor,
Não lavei o travesseiro
para não perder teu cheiro perdigueiro
No mar não sei nadar,
mas estou sem companhia.
Não tenho a vida
completa
Não sou Cecília, não
sei ser poeta
Não soube fingir, nem
sentir as dores das pessoas
Não soube fazer da vida
um encontro
Não conheço o
desencontro, portanto, da vida.
Não conheço a cor da
saudade
Porque na verdade nunca
tive a certeza do céu azul e a folha verde.
Sou a poeira das
estradas das cidadezinhas quaisquer
Como Drummond, bebo
Vinícius, fumo Bandeira e cheiro Chico.
®Sérgio Souza
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