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28 de jan. de 2015

Senhora das Cruzes


Chora hoje ásias e áfricas
Como choraram ontem as américas
Choram os de pés no chão
Umidecendo o ontem e regando o amanhã.
Se tens fome, rime
Se tens fé, arribe
Se tens estrada, caminhe
Se tens coração, chore
Se tens mãos, tome
E vai em busca do porvir
Pois sua redenção
Está por vir.
Chora o ontem, como chora o hoje
Na certeza do choro do amanhã
Áfricas, ásias e américas
Seus filhos são renegados da esperança
Abandonados ainda criança
Vítimas da fome, bala e vício
Praticantes da dor por ofício.


SÉRGIO SOUZA

Chão de Letras


Na luz do dia a exposição é emoção
Sem rima a noite é poesia
Uma conversa livre, horas nuas
Passos de letras caminham na rua
Sonhos e realidades, minhas, suas
Numa avenida de cor e chuva
Suspiros de vida, encontro e prazer
Desencontros, variedades e vaidades
Um ponto de asfalto na cidade
Misto multicor de verdades e letras
Letras pavimentam o caminho
No desalinho das ideias e gestos
Chutando letras, colhendo palavras
Pintando imagens, fotografias
Trançando ideias, noites e dias
Trocando ilusões, cruzando olhares
Misturando tristezas, doando pesares
Numa exposição interna de valores
Na livraria de autores e cafés.

SÉRGIO SOUZA